Marcelo Lins, Oscar Araripe e a COP30

A China e a COP30 que mamãe sonhou

Ainda sensibilizado com o bondoso gesto do brilhante Marcelo Lins, jornalista e analista internacional da Globo News, em apoio a Imaculada / A Amazônia que nos deu à luz, transcrevo, da obra por mim escrita e tão gentilmente por ele aqui mostrada, o trecho:

“ Mamãe disse que a Cop30 está armadilhada. Carece de pureza e imaginação para alcançar a coragem que nos salvaria da extinção.

Perguntado sobre a China e a salvação da humanidade e de tantas outras entidades, físicas e imateriais, eu, ainda em dúvida se queria ou não nascer neste mundo terminal, mas na plenitude da minha imaculada imaginação, proponho:

...pois bem, eu faria e daria para a China uns poemas, os meus Dez Poemas Chineses, em troca do fim da matança dos animais que ela compra sem pudor: cadáveres de frangos, porcos, vacas e bois; empanturrando-se a afogar-se com as nossas águas importadas e dos mognos e castanhais e bertoleciais e coniferales e lauráceas e aráceas e aragens, enfim, por ‘stes poemas; repito, em troca de nossos mortos: o Cerrado das plantas heroicas e retorcidas, das aves tantas e felizes; das onças bonitas e dos veados-catingueiros, tão frágeis; dos peixes alegres das águas limpas do Pantanal; mais a Mata Atlântica da minha preguiça e do meu mico-leão-dourado, dos ipês de todas as cores e do portentoso jacarandá azul; e da Amá da Lótus-Amazônica, de que tanto vos falo. Sim, seria uma justa troca. Haja!

E aqui vai, ‘sperando, ‘sperançoso, a urgente troca, um dos dez poemas:

Veneziana

Aos poucos e até percebidamente

Poderá surgir o Homem

Que Veneza sequer sonhou.