Opiniões críticas sobre o livro Imaculada / A Amazônia que nos deu à Lua:
A “Imaculada” de Araripe, obra de fôlego e beleza literária, traz à luz a esperança de uma Amazônia redentora da humanidade.
Professor Arnaldo Niskier, da Academia Brasileira de Letras
Viajante imaginário, Oscar de Alencar Araripe compôs uma original e alentada narrativa poética, fadada a figurar entre as melhores crônicas amazônicas de todos os tempos.
Carlos Nejar, poeta, da Academia Brasileira de Letras e Presidente Emérito da Academia Brasileira de Filosofia
A “imaculada” poética de Oscar Araripe em “ A Amazônia que nos deu à luz” é pura musicalidade, encanto e sedução.
Ricardo Cravo Albin, musicólogo, Presidente do Pen Clube Internacional do Brasil
Ao longo de uma fantástica viagem pela Amazônia, em busca da esperança, um feto bem-humorado e às vezes até raivoso, alter ego literário do autor, reflete sobre os desafios da humanidade, questionando se deve ou não nascer em um mundo apocalíptico.
Arthur Virgílio Neto, diplomata, senador pelo Estado do Amazonas
Oscar de Alencar Araripe criou uma obra-prima literária sobre as grandezas e desafios da Amazônia e do mundo, de notável atualidade e empatia.
Professor Sylvio Puga, Reitor da Universidade Federal da Amazônia
A partir de uma profunda vivência existencial e literária numa possível “Amazônia Mineira e Paulista”, Oscar Araripe entra de corpo e alma na Amazônia (i)legal, imaginária e real, construindo uma obra original, ao mesmo tempo desafiadora e encantadora.
Wilson Almeida Lima - Amazônida, foi Superintendente do Ibama no Estado de São Paulo e é o atual Prefeito de Iguape, região da Jureia, no coração da Amazônia Paulista.
Da Amazônia para o mundo; do particular para o universal; do pessoal para o social; em expressiva e peculiar linguagem, com escrita única e invejável riqueza cultural, Oscar Araripe, nesta “Imaculada”, se supera e nos leva a colocá-lo no proscênio da glória e da imortalidade.
João Bosco de Castro Teixeira, Academia de Letras de São João Del Rei.
Texto para aentronização da tela Flores para São Francisco em Monte Alverne;
Bolsista na Itália dos anos sessenta, na Universidade Pro-Deo, de Roma, visitei Assis dezena de vezes. A cada visita mais me encantava com a linda cidadezinha e a extraordinária história de Francisco. Recentemente, a revisitei, em companhia de minha esposa Cidinha, me detendo nos lugares onde o santo exemplificou a sua fé, de elevadíssima moral, e mais que nunca me comovi com sua lição de simplicidade, tão bela.
São Francisco nos ensinou a riqueza da pobreza e do despojamento; a grandeza e a fortaleza da humildade; a coragem da verdade, a natureza valorosa de todos os seres, animados e inanimados e a exemplar vida vivida no Amor e nos passos de Cristo. Hoje, Francisco seria um poeta-jardineiro exemplar. Certamente estaria pregando o respeito à natureza, a criação do santuário da Amazônia, da Mata Atlântica, da Mantiqueira, do Cerrado, do Pantanal. Mais certo ainda, estaria pensando no santuário da própria Terra; quiçá do Universo.
Convidado pela Venerável Ordem Terceira de São Francisco, nas comemorações de seus 800 anos, e nos dois séculos e meio do início da construção da Igreja de São Francisco de São João del Rei; a pintar uma tela que humildemente lembrasse estas datas, várias questões se me apresentaram desafiantes. Entre elas, qual o momento da vida do amado santo seria uma síntese de sua existência? Todos; concluí. Mas, há uns anos, revisitando Monte Alverne, nas proximidades de Assis, meditando sobre a rudeza do solo e o isolamento do local, entendi um pouco o sentido de ali ele ter recebido a benção dos estigmas; o muito do pouco que lhe faltava para a almejada vida de Cristo que preconizou para todos nós, a partir dele próprio. Francisco foi um santo que falou aos olhos! Outra questão, também muito relevante: devia eu usar o ouro e a prata na minha pintura do momento em que Francisco se torna santo com a graça de Deus? Esteticamente estas duas cores me trariam a Beleza; mas… Bem; Belchior, o rei mago, presenteou o menino Jesus com ouro - e a prata simbolizaria a luz da Lua, tão claramente amada na pessoa de Santa Clara. Foi o bastante!
Flores para Sao Francisco de Assis! Um presente singelo; nada maior, nada melhor - creio.
Oscar Araripe / outubro de 2024
Texto para aexposição Flores para Anne Frank:
Cores como Flores como Luzes
Quando nasci, em 1941, Anne Frank tinha 12 anos e estava num esconderijo caçada pelos nazistas. Podíamos ter sido colegas, amigos. Aqui como lá, a Guerra, suas loucas razões, e não somente os ecos rudes da Guerra, se abateram sobre nós. Os sensíveis, os fragilizados, além dos judeus, os negros, os ciganos, os comunistas, os homossexuais, os artistas... eram os mais azarados. O medo adoecia as pessoas, ainda mais. Nosso vizinho, no bairro do Encantado, no Rio, era um quinta-coluna integralista e mantinha um rádio transmissor-receptor na sala. As condições sanitárias eram terríveis. Na rua, passavam os carros a gazogênio. Papai adicionava sal à manteiga e a vendia para comprar comida. Eu e meu irmão Octavinho contraímos disenteria bacilar. Ele morreu um mês depois, aos três anos. Eu, desenganado, apenas sobrevivi após inúmeras lavagens intestinais e “cavalares” e desesperadas aplicações de soro. Toda minha infância, toda minha vida escolar, foi marcada por esta guerra internalizada. Anne, vítima maior dos horrores da guerra, morreu de tifo, num campo de concentração de trabalhos forçados, pouco antes do fim do conflito. Nas páginas finais de seu diário, mesmo depois de tudo que sofreu, disse achar que as pessoas, no fundo, “eram boas”. E eram. Boas pessoas a ajudaram e à sua família. Eu, jovem idealista, vivi e venci novamente a guerra nos tempos da Ditadura de 1964, quando, procurando me manter são, acreditei que “esta” humanidade não era “a” Humanidade. Continuo acreditando.
Bem, Anne Frank, autora do mais famoso diário da atualidade, de inegável e surpreendente valor literário, é o símbolo mais puro e inocente do holocausto nazista. Era apenas uma menina judia, como inúmeras outras, perseguidas, assassinadas. Homenagear e lembrar sua vida e sua obra, sublinhar sua importância, como pessoa e escritora, é relevar o Humanismo, em todos os seus aspectos, a saber: a tolerância no convívio humano, em todos os seus matizes, em defesa da Paz, da democracia, da justiça social, da dignidade da pessoa, da educação, da liberdade de informação e do diálogo cultural. O neonazismo, absurdamente crescente em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, a necessidade de a ele se opor, através da arte, da cultura e da informação, coloca a Academia Brasileira de Letras e o TJMG à altura de sua missão institucional na defesa e desenvolvimento das liberdades democráticas.
O 21 será o Século dos poetas e dos jardineiros ou não será século nenhum. Flores para Anne Frank.
Oscar Araripe
Junho de 2023
“Oscar, ninguém merece mais flores do que Anne Frank. Ela dedicou sua curta vida a humanidade e a democracia que a humanidade inventou, com os mais inteligentes e livres. Ser inteligente e livre sao duas condições básicas para sermos felizes , nenhum homem o será se não cultivar essas duas qualidades. Anne Frank viveu essa experiência e esses sentimentos, mesmo sendo tão jovem, é isso que a faz uma heroína da humanidade, um exemplo para todos nós, uma pessoa que nos ensinou a viver, vivendo tão pouco.”
Cacá Diegues, cineasta, da Academia Brasileira de Letras
“Vida e morte se conjugam nas telas de Oscar Araripe, neste tributo a Anne Frank. Se, no mundo real, a morte foi vencedora, no espaço da arte a dor se transfigura em beleza, pelo talento do pintor, com seu buquê de cores e afetos”.
Antônio Carlos Secchin, poeta, da Academia Brasileira de Letras
“A arte de Oscar Araripe acrescenta rica dimensão à presença e à palavra de Anne Frank, representação da vida e do superiormente humano ante o culto à morte e a barbárie”.
Arno Wehling, da Academia Brasileira de Letras
“Amigo Araripe
Suas telas enchem os olhos na cor, flores que brotam do ar, como se nascessem dentro de nós. E ao nascerem, nos descobrem vivos. Há uma calma na beleza, a serenidade de não estarmos mais sós. E são as telas que nos olham. Com leveza e ternura”.
Carlos Nejar, poeta, da Academia Brasileira de Letras
“Estética da esperança
Costuma-se associar o alumbramento provocado pela arte ao estado mais pleno de felicidade: o genuíno êxtase, desprovido de qualquer ambição ou interesse. Esse arrebatamento imediato, suscitado por cores, traços e formas é o que nos propicia Oscar Araripe, com seus heróis e heroínas, animais, paisagens e flores, vasos e imagens que tremeluzem; voam livremente, em imediata e inexplicável interação com o expectador, ao sabor de sua criatividade e de nossa imaginação.
Eis o encantamento suscitado pela pintura de Oscar. Para além de sua técnica refinada, da rara combinação de cores e da pesquisa acurada pela tonalidade precisa, o que mais seduz em sua obra é a sensação de harmonia e alegria que dela se extrai, a provocar por isso mesmo otimismo e, em uma palavra, a estética da esperança”.
Gustavo Tepedino, Jurista.
“ De Cartola :
...( A)s rosas não falam
Simplesmente as rosas
Exalam o perfume que roubam de ti !
De Oscar Araripe a Anne Frank:
...( A )s rosas não falam
Simplesmente as rosas
Exaltam a vida que roubaram de ti !
Bate outra vez
Com esperanças nosso coração
Joaquim Falcão, da Academia Brasileira de Letras
O JARDIM DE ARARIPE
Artista de múltiplas virtudes, Oscar Araripe nasceu em 1941, no Rio de Janeiro, mas vive a sua felicidade na cidade mineira de Tiradentes, onde criou uma Fundação com o seu nome e pode exercitar as suas qualidades de pintor, desenhista, escritor, ensaísta, crítico e teórico de Arte e Cultura, arte-educador, jornalista e animador cultural. Formou-se na Faculdade Nacional de Direito e foi bolsista na Universidade de Harvard(USA) e na Universidade Pro-Deo(Itália). É casado com a simpática Cidinha.
Já expôs na Galeria Manuel Bandeira (Academia Brasileira de Letras), recebendo na ocasião, em 2011, calorosos elogios dos imortais Sérgio Rouanet e Antônio Houaiss. Sua obra “Extinção Nunca Mais” foi exposta durante a Conferência das Nações Unidas, na Eco-92, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, atingindo um público formidável de 2 milhões de pessoas. Recebeu animados aplausos como pintor, paisagista, marinista, realista e subjetivo. O nosso encontro se deu nas atividades jornalísticas e também quando trabalhou no tema “Os Pilares”, com 1.200 imagens.
Nasci no Rio de Janeiro, no bairro de Pilares, em 1935, e manifestei ao grande pintor o meu particular interesse de conhecer esses trabalhos específicos, com o nome das minhas origens. Procurei pelos pilares, mas encontrei mesmo o grande amor de Araripe pelas flores, que ganharam em suas telas uma originalíssima cobertura. Recordo o que sobre ele afirmou o crítico Alexei Bueno: “As flores dos seus quadros são como borboletas, as suas pétalas são asas, e não sabemos se as flores são borboletas pousadas nos caules ou se as borboletas são flores que passaram a voar.” De todo modo, compõem um visual muito agradável de se ver e aplaudir.
Escrevi um texto inspirado na história sofrida de Anne Frank. Virou uma conferência na Academia Brasileira de Letras e os seus dirigentes entenderam que ela deveria ser apresentada junto com uma exposição que também se referisse ao tema. Assim nasceu esta segunda apresentação de Oscar Araripe na Casa de Machado de Assis, onde, certamente, receberá os aplausos a que está acostumado.
Arnaldo Niskier, da Academia Brasileira de Letras